Tag: desenho de observação
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Um café (e um desenho) no Largo da Alfândega
A meia hora em que eu e Carol Grilo ficamos no café do Largo da Alfândega foi suficiente para fazer um desenho. E também para sentir o clima do centro de Florianópolis entre Natal e Ano Novo, quando os primeiros turistas aparecem e os moradores que sobraram pela cidade tentam resolver as coisas do réveillon.…
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Desenho exige preparo (físico)
Quem tem menos de trinta anos não sabe o privilégio que é poder ler um livro encostado no sofá ou varar a madrugada jogando League of Legends esparramado em uma cadeira. Dor na coluna demora para curar e estraga o humor de qualquer um. E dá-lhe despesas com ortopedistas, ressonâncias, raios-x, analgésicos, antiinflamatórios, fisioterapia e…
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Desenho ganha o selo “aprovado pelo pedestre casual”
Tarde de sábado no Centro, na praça Getúlio Vargas, que poucos conhecem por esse nome. Todo mundo chama de Praça dos Bombeiros por causa do quartel que dá para a rua Visconde de Ouro Preto. É nessa calçada onde abro o banquinho para desenhar. O tema do encontro do Urban Sketchers Florianópolis era para ser…
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Você sabe o que é um lambrequim?
Um dos benefícios de desenhar as construções da cidade é ganhar vocabulário. Por exemplo, “lambrequim”. É o nome que se dá para o adorno em madeira que segue o telhado, presente neste casarão na esquina das ruas Luís Delfino e Alves de Brito, no Centro de Florianópolis. É um elemento que aparece mais nos estados…
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Um passeio até a Lagoa com a Companhia Ferroviária Florianopolitana
Se aqui existisse trem de passageiros, faríamos a travessia entre o continente e a ilha dentro de um vagão. Quiçá teríamos um trem-bala que parasse em São José e de lá os viajantes fariam a baldeação para a linha metropolitana até Florianópolis. Se o trajeto fosse de manhã cedo, como seria o caso dos trabalhadores,…
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A rua do Comércio (e das soluções para pequenos problemas)
A rua Conselheiro Mafra é a rua das necessidades. A Felipe Schmidt, logo acima, é a rua dos desejos. Ambas ficam no Centro de Florianópolis. Vai-se à Felipe Schmidt para olhar relógios, óculos escuros, roupas, perfumes e calçados e, eventualmente, comprá-los. Quem vai à Conselheiro, em contraste, sai com seu destino traçado. Precisa de uma…
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Conversas no Ribeirão da Ilha
Houve época em que eu não gostava de ser abordado ao desenhar na rua. Achava uma folga, coisa de gente intrometida. O desenhista alemão Felix Scheinberger propõe a seguinte reflexão: se estivéssemos escrevendo um diário, seríamos tão tolerantes se um estranho viesse ler o caderno sobre nossos ombros? Depois de anos desenhando em um banquinho…
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A capela, o cemitério e um sábado nublado
Mesmo sem nunca ter visitado a Capela São Sebastião, no Campeche, sabia que haveria um cemitério ao redor. Está no mapa e é comum em outras igrejas açorianas de Florianópolis, como no Ribeirão da Ilha e em Santo Antônio de Lisboa. Pela idade da capela, de 1826, imaginava encontrar túmulos antigos. Mas são novos, de…
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Quem desenha, faz amigos
Imagine chegar num lugar para desenhar em grupo, mas sem conhecer ninguém. Por onde começo? Como funciona? Foi assim que me senti há exatos quatro anos, quando participei de um encontro do Urban Sketchers Medellín, na Colômbia. Foi uma coincidência feliz estarmos lá no mesmo final de semana em que eles faziam sua 99ª sessão.…
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Urban sketching: uma crônica do primeiro encontro
Se você gosta de desenhar, uma hora ou outra vai ouvir falar do movimento Urban Sketchers. Pode ser através de um post no Instagram ou ao descobrir o blog de algum artista. Se procurar mais, vai saber que o movimento tem “filiais” em Seattle, Lisboa, Chicago, Cingapura, São Paulo e muitas outras cidades. Mais de…
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A palmeira, a caneta e a motosserra
Com as sessões de modelo vivo suspensas, estou há um tempo desenhando só linhas retas. Quando muito, uma fachada em curva ou um pneu de carro. É o que vejo quando vou registrar a arquitetura nas ruas de Florianópolis. Mas hoje, estou sentado em uma espreguiçadeira no jardim em frente ao casarão do departamento de…
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Centro Leste, só que de dia
É uma manhã de sol em um sábado de 2019 quando chego com o material de desenho e me instalo encostado ao muro da Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis. Me fazem companhia os lambe-lambes e pichações. São lembranças de protestos de 2018 que exigiam que o Estado desse uma solução para o…