Não é recomendável, mas o sábado na travessa Ratcliff segue como se não houvesse pandemia. Sei disso porque passei de carro há umas semanas e, tirando o movimento um pouco menor, estava tudo como antes.
A feijoada do bar do Noel, a roda de samba e a cerveja nos bares que se espalham pelos trinta metros da travessa continuam lá nesse ponto tradicional do centro de Florianópolis.
Será que esses frequentadores de agora são boêmios que arriscam contrair Covid-19 mas não perdem a farra? Os que estavam de máscara eram poucos, se destacavam no meio do povaréu como se usassem pijama de bolinhas. Vi um sujeito com camiseta do Justiceiro, personagem da Marvel que virou distintivo de bolsonarista no Brasil e dos supremacistas brancos nos Estados Unidos. Não combina com o lugar.
O desenho que abre este post é do inverno de 2018, quando o Urban Sketchers Florianópolis comemorou dois anos de fundação com um encontro na travessa. Chegamos lá às 15h. O samba estava no fim e parte do povo que foi almoçar havia ido embora. Restou a caixa de som debaixo do toldo, muda.
Apesar de uns tantos frequentadores, foi uma sessão tranquila. Sentei em um recuo em frente a um prédio comercial para não bloquear a calçada estreita. Talvez tenha sido a primeira vez que incluí as pessoas no cenário. Sentadas, elas se movem menos.
- Pena de bambu
- Nanquim japonês tipo sumi
- Aquarela
- Sketchbook Hahnemühle A3
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