O cartaz original do filme Monster é enganoso. O título, juntamente com a foto de dois guris com os rostos sujos de algo que parece sangue, dão a impressão de cenas violentas. E, já tendo visto outros dois títulos do diretor Hirokazu Kore-Eda, sabia que seria tudo muito sério.
De suas outras produções, tive uma boa surpresa com Ninguém pode saber (2004) sobre quatro crianças abandonadas em um apartamento. Achei o sentimentalismo de Pais e Filhos (2013), que envolve uma troca de filhos em um hospital, um pouco excessivo. Sem saber o que esperar, fomos assistir a Monster no cinema.
O filme alterna a mesma história sob o ponto de vista de quatro protagonistas, cujas personalidades e circunstâncias os fazem assumir ações que aos olhos dos outros parecem condenáveis.
No lugar da violência física que o pôster indicava, desdobra-se uma obra sutil, que vai aos poucos contradizendo as conclusões a que o próprio roteiro nos induz. Nessa nossa época de certezas, cancelamentos e linchamentos virtuais, foi um antídoto.
O cartaz
Em 1997, topei com um livro chamado A Concise History of Posters num sebo no Canadá. Das reproduções selecionadas pelo autor, gosto daquelas mais simples, com desenhos em traços grossos: um cartaz de Waldemar Świerzy convidando turistas à Polônia ou uma gravura de Ernst Ludwig Kirchner para uma exposição de seu grupo de artistas. Foi nessa linha que me inspirei para o cartaz de Monster, não sem antes tentar uma pintura mais realista, como mostra o vídeo acima.
Sobre o cartaz
Este exercício é parte de uma série a que me propus em 2024: imaginar um cartaz para cada filme que eu assistir. Este é o quarto.
- iPad e Apple Pencil
- App Procreate
- 3.350 × 4.960 px
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