Cartaz pessoal para o filme Drugstore Cowboy, com uma pintura mostrando um homem em pé, de camisa xadrez e bandagem na cabeça, cercado de viaturas

Um cartaz para o primeiro filme de 2024

Primeiro de janeiro costuma ser o dia mais parado do ano. As ruas ficam estranhamente vazias e comércio nenhum abre.

É uma boa hora para rever um filme sem compromisso: Drugstore Cowboy, de Gus Van Sant. Parecia que eu estava assistindo pela primeira vez essa produção que vi perto do lançamento, há uns 35 anos. Não reconheci nenhuma cena.

A surpresa foi ter me desapontado com uma obra tão conceituada. Ainda que o diretor tenha dado um tom experimental às cenas em que o personagem principal se droga – com objetos flutuando ao redor do rosto em close – as atuações estão ruins e a direção às vezes dá um tom cômico a uma história que era para ser deprimente. Dos quatro atores principais, Kelly Lynch é a melhor, mas William Burroughs é quem brilha como coadjuvante no papel de um padre viciado.

Projeto pessoal

A crítica de cinema não é o objetivo deste blog, mesmo porque me faltam aprofundamento teórico e muitas horas como espectador. O que motiva este post, na verdade, é iniciar um projeto pessoal em 2024: fazer um cartaz para cada filme que eu assistir. Assim, continuo com a tradição de investir meu tempo em empreitadas que não dão dinheiro.

Para mim, que vejo um longa-metragem por semana, parece uma meta possível. Complicado seria pra Carol Grilo, que vê um título novo a cada dois dias.

E não é para ser muito preciosista. O objetivo é treinar a ilustração e o lettering, e abrir oportunidade para interpretar outra obra. Tudo bem se ficar com jeito de esboço ou eu desistir em abril. Já terá valido o treino.

Claro que, em um projeto real de poster para cinema, eu testaria mais ideias e trabalharia mais na arte-final, como fiz para duas produções catarinenses: Desilusão e Memórias de Passagem.

O desafio daqui para a frente vai ser escolher um filme para assistir sem pensar se daria um bom cartaz.


Sobre a pintura

  • iPad e Apple Pencil
  • App Procreate
  • 3.350 × 4.960 px

Comentários

9 respostas para “Um cartaz para o primeiro filme de 2024”

  1. Fabricio C. Boppré

    Ah, mas que ideia ótima. Sempre tive essa opinião que a experiência de um filme só se completa depois quando você discute o que assistiu com alguém, o que te força a elaborar ideias e impressões. Tinta e papel (ou equivalentes digitais) não deixa de ser uma forma de fazer isso.

    1. Oi, Fabricio. Acho que a ideia é um pouco essa também, de render conversas. O digital é pela praticidade, mas quem sabe no andar do ano eu não experimento com tinta?

  2. Fabricio C. Boppré

    Aliás, será que os filmes do Gus Van Sant vão todos envelhecer mal? Revi dia desses Paranoid Park, que havia adorado quando vi anos atrás, e já não me encantei tanto desta vez… Gênio Indomável é outro que lembro de ter gostado, mas hoje não preciso nem rever para saber que não irei apreciar muito (só baseado nas lembranças).

    1. Me deu essa suspeita, também. Assisti a Drugstore Cowboy com Carol e um amigo, nenhum deles tinha visto o filme antes. A decepção foi unânime.

      Tenho boas lembranças de Elephant e Paranoid Park (e de Milk), mas vai saber se assistindo hoje seria a mesma coisa.

      Olhando agora a filmografia dele, vi que tem de tudo: filmes mais comerciais e outros independentes. Já vi vários, mas os filmes são tão diferentes que é difícil estabelecer um estilo ou tema comum. Acho que é daqueles diretores que a gente fica de olho quando lança uma produção, mas também não se esforça muito para ir assistir.

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