Tag: sketchbook
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A música entre os voos
Numa viagem dez anos atrás, vi a cantora belga Selah Sue no aeroporto de Florianópolis, retornando de um show no dia anterior. Na fila do check in, estava separada da banda – caras uns quinze anos mais velhos que ela e uns trinta centímetros mais altos, de roupas pretas e brincos na orelha. A artista,…
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O que li, assisti e ouvi em 2022
Antes de tudo, obrigado por acompanhar meus desenhos e textos aqui neste espaço. Chegou a hora de lembrar das palavras, imagens e sons que marcaram o ano. A revisão ajuda a lançar um outro olhar sobre obras esquecidas. E o tempo separa o que interessa. Para você, que me lê, espero que traga não só…
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E esses marcianos, que não conseguem vencer os cro-magnons?
Praça de alimentação quase vazia. TV ligada na Copa do Mundo. A legenda no cantinho da tela informa o placar: CRO 0 x MAR 0. Vasculho os países na memória, mas não encontro dois que se encaixem nessas siglas. Descarto Mauritânia porque daí seria “MAU”. Marselha na França e a pequena Maravilha no interior de…
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A vida é mais doce do lado de cá
Na seita do empreendedorismo-coach, vagas de emprego são uma “oportunidade” que as empresas oferecem aos candidatos. Esquecem, ou fazem questão de esconder, que sem força de trabalho não existe produto nem serviço. E nem empresa. Essa é mais ou menos a visão que uma longa reportagem reproduzia na TV pendurada na coluna de uma praça…
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Os tipos espalhados na galeria
Entrar em um museu é atravessar um portal onde imediatamente adotamos um ar sério e endireitamos a postura. Examinamos as etiquetas de cada obra como se buscássemos uma chave para entender seu significado verdadeiro. Isolados do barulho da rua, falamos baixo. Aos poucos, dezenas de desenhistas chegam ao Instituto Collaço Paulo, em Coqueiros, e se…
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O palácio desocupado e as ruas vazias
A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. João do Rio em A Rua Desenhar no Centro faz treinar outras habilidades além do traço. A primeira é não se distrair com a quantidade de passantes, bem mais numerosos que em outros lugares da cidade. Ainda que, em sábados anteriores,…
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Chuva que cai no nanquim
Dizer “vai cair um cacau” é bem diferente do “possibilidade de chuva” usado pela previsão do tempo. Enquanto o apresentador de telejornal foge da responsabilidade de dar um veredito mais assertivo, o morador olha para fora, vê as nuvens escuras, fecha os vidros das janelas e recolhe a roupa do varal porque sabe que o…
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Quando o canal da Barra da Lagoa ficava seco
Um negócio que eu aprendi a fazer quando aparece alguém me espiando desenhar por cima dos ombros é puxar conversa. Dá para descobrir boas histórias. Uma abordagem que eu sempre uso é perguntar “Você é daqui?”. Sendo ou não, a pessoa começa a falar sobre ela. Vai dizer que cresceu ali, quando não havia casas…
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Laguna: Cine Teatro Mussi
Fim da visita à Laguna. Fomos a um restaurante simples perto do Centro onde famílias e trabalhadores do comércio se serviam de algo prático e barato para o almoço de sábado, que é dia de resolver as coisas da casa e da vida pessoal. Para beber, suco de laranja no lugar de cerveja ou caipirinha…
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Censo ilustrado
Caneta tinteiro Jihao X750 com ponta dobrada (fude nib) Sketchbook Canson Art Book One A5 100 g/m²
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Laguna: Museu Anita Garibaldi
Para desenhar, é preciso saber ouvir. Não estou falando de ter a humildade de aceitar conselhos, mas sim de prestar atenção às conversas ao redor enquanto o lápis percorre o papel. Abre a chance de pegar o contexto do lugar e, se você estiver retratando as pessoas, ajuda a capturar a personalidade delas. Lá estou…
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Laguna: Clube Congresso Lagunense
Às dez da manhã de um sábado de feriadão de Corpus Christi, havia pouca gente na praça Santo Antônio dos Anjos, no Centro Histórico. Achei um banco vazio, em frente a uma vaga de estacionamento também vazia. É um bom sinal. As pessoas deveriam explorar sua cidade a pé e deixar o automóvel para quando…