Não sei você, mas eu torço para que os carros autônomos tomem as ruas em menos de cinco anos.
A esperança é não precisar mais dirigir e que diminuam os acidentes. Afinal, comandar um bólido de uma tonelada a oitenta quilômetros por hora, mantendo dois metros de distância dos outros, é uma atividade que exige atenção, reflexos e obediência a regras que ultrapassam a capacidade (ou a paciência) da maioria dos humanos.
Fora o alívio de ter uma complicação a menos na vida. Não bastassem as revisões, a troca de óleo, a lavação com cera e a calibração dos pneus, tenho de memorizar símbolos arcanos como aquele dos dois triângulos concêntricos que parece uma runa ou o do termômetro flutuando em pé em um mar com ondas.
É só desenhando um painel que a gente se dá conta da quantidade de botões, alavancas, interruptores e diais necessários para comandar o carro. E não termina aí: é preciso informar nossas intenções a motoristas, pedestres e ciclistas enquanto se checa a temperatura do líquido de arrefecimento e quantas mil rotações o motor dá em um minuto. Nem sobre o interior da minha própria caixa torácica eu sei tantos detalhes.
Ainda me causa surpresa que eu tenha aprendido a mexer nisso tudo e ao mesmo tempo consiga prestar atenção na estrada.
- Caneta tinteiro Lamy Safari, ponta média
- Tinta Pelikan Fount India
- Caderno Canson Art Book One A5 100 g/m²
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