Tarde de sábado no Centro, na praça Getúlio Vargas, que poucos conhecem por esse nome. Todo mundo chama de Praça dos Bombeiros por causa do quartel que dá para a rua Visconde de Ouro Preto.
É nessa calçada onde abro o banquinho para desenhar. O tema do encontro do Urban Sketchers Florianópolis era para ser a praça, mas acho as árvores um motivo muito difícil.
Melhor registrar o casarão onde funciona o Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas da Udesc e mais a construção de madeira ao lado, já caindo aos pedaços. Por ironia, acabo desenhando a árvore que cobre o telhado de amianto.
Mais pro final da sessão, dois rapazes passam por mim e perguntam se podem olhar o desenho. “Claro”, respondo. São nessas conversas que a gente descobre que a pessoa tinha um trisavô que era dono de uma chácara na região ou construiu o primeiro sobrado.
Em menos de dez segundos, eles examinam meu esboço, lançam uma olhadela perscrutadora para o casarão e dão o veredito: “Você está de parabéns”. E vão embora em seguida.
Senti falta do “continue assim”.
PS: uma participante no grupo Desterro Antesdonte, no Facebook, indica a tese Uma casa em três tempos, que trata unicamente desse imóvel. Provavelmente foi construído na década de 1870 no bairro que era conhecido como Mato Grosso. Foi a casa de a Anna Francisca da Costa e Silva, cujo espólio incluía um piano, “ricos móveis de mogno sólido”, entre outros itens que indicavam sua posição social.
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- 14 de dezembro de 2019
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