Capa do livro “Viaje en Tiralíneas”

O livro que me fez encarar a caligrafia

Eu acredito que as leituras aparecem na hora certa. O livro Viaje en Tiralíneas (Viagem em Tira-linhas), da argentina Silvia Cordero Vega, foi uma delas. Como muitos participantes das minhas oficinas de caligrafia, eu guardava vários materiais comprados em viagens, alguns ainda fechados na embalagem. A razão é que eu não sabia como começar.

Achado

Esbarrei no livro em 2013 em uma papelaria de Buenos Aires chamada Papelera Palermo, hoje já fechada. Passeando entre papéis especiais e produtos assinados por designers, dois pequenos livros de caligrafia, da mesma autora, me chamaram a atenção. O primeiro era um apanhado do trabalho de vários artistas e o outro, um manual. Este foi o que levei porque me pareceu mais útil.

Páginas do livro: tipos de tira-linhas e exemplos de trabalhos

Minha vontade de estudar caligrafia ocidental na época esbarrava na falta de informações. Tinha medo de “começar errado”, sem método. Mesmo as ocasionais palavras escritas à mão para trabalhos de design gráfico não foram o suficiente para iniciar um hábito: eu adiava o início para quando tivesse tempo sobrando, os materiais certos e um espaço físico adequado. Hoje sei que essas condições raramente se alinham. O negócio é produzir com o que se tem em mãos.

CONTEÚDO

O livro é dedicado a um único instrumento chamado tira-linhas. Silvia Cordero mostra os vários tipos, ensina como improvisar uma versão caseira usando lata de alumínio – afinal, é um item difícil de achar – e traz exercícios e exemplos. Essa abordagem livre e sem preocupação com os estilos históricos foi o início das minhas primeiras experiências. Depois acabei encontrando outros manuais, mas devo à autora desse pequeno livreto de 36 páginas uma abordagem que sigo ainda hoje. É um bom ponto de partida.

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