Tag: caneta tinteiro
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Do Senadinho às capinhas de celular
O café Ponto Chic iria completar dez anos quando o desenhista e pintor Hassis entrou ali, escolheu um lugar nos fundos e desenhou o estabelecimento. Era 1957 e os frequentadores estavam no balcão, de chapéu, paletó sobretudo e gravata. Nas mãos, xícaras de café. As únicas mulheres no desenho são as quatro funcionárias de uniforme.…
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15 anos de Beterraba
Quem tem gato é porque acredita no futuro da humanidade. Ou, pelo menos, acha que mora em uma país estável. Gatos são irremovíveis e odeiam sobressaltos. Mesmo uma ida ao veterinário no conforto de um automóvel com ar condicionado faz o animalzinho agir como se estivesse indo ao matadouro. Por isso, a decisão de adotar…
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De onde vêm esses topônimos?
Nós, que descendemos de gente vinda de outros terras, parecemos querer confundir as pessoas com os nomes que damos aos lugares. Em Canasvieiras, que é bairro e nome de praia, não há canaviais. Quem sabe, barraquinhas de caldo de cana. Nos Ingleses, ainda no norte da ilha, é bem mais provável topar com um portenho…
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O homem que assobia e vê golfinhos
Sete e meia da manhã na praia de Açores, no sul da ilha de Santa Catarina. Um senhor de barba e boné chega na areia e abre o guarda-sol e duas cadeiras dobráveis. Senta-se na da direita, de tecido amarelo. Sua mulher, mais magra e de cabelo preto, vem em seguida e pega a listrada.…
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A música entre os voos
Numa viagem dez anos atrás, vi a cantora belga Selah Sue no aeroporto de Florianópolis, retornando de um show no dia anterior. Na fila do check in, estava separada da banda – caras uns quinze anos mais velhos que ela e uns trinta centímetros mais altos, de roupas pretas e brincos na orelha. A artista,…
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Boa Viagem oferece caldinho, abacaxi e tubarões
Último dia em Recife e o céu continua azul e sem nuvens desde que chegamos há dez dias. O vento disfarça o sol forte que faz parecer ser dez da manhã, apesar do relógio marcar oito e meia. Explica-se: Recife fica 1,5 mil quilômetros a leste de Florianópolis. Amanhece pelo menos uma hora mais cedo…
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Desenho turbulento
Acho difícil, quase impossível, dormir no assento da classe econômica de um voo doméstico. Quando muito, dou cochilos curtos. Até na sala de espera da Caixa e no banco de plástico duro do transporte municipal daqui de Florianópolis tive sonos melhores. Tento me distrair com música ou algo para ler. E, quando as condições permitem,…
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Os tipos espalhados na galeria
Entrar em um museu é atravessar um portal onde imediatamente adotamos um ar sério e endireitamos a postura. Examinamos as etiquetas de cada obra como se buscássemos uma chave para entender seu significado verdadeiro. Isolados do barulho da rua, falamos baixo. Aos poucos, dezenas de desenhistas chegam ao Instituto Collaço Paulo, em Coqueiros, e se…
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O palácio desocupado e as ruas vazias
A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. João do Rio em A Rua Desenhar no Centro faz treinar outras habilidades além do traço. A primeira é não se distrair com a quantidade de passantes, bem mais numerosos que em outros lugares da cidade. Ainda que, em sábados anteriores,…
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Censo ilustrado
Caneta tinteiro Jihao X750 com ponta dobrada (fude nib) Sketchbook Canson Art Book One A5 100 g/m²
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Laguna: Mercado Público
O florianopolitano que visita o centro histórico de Laguna (SC) fica meio nostálgico imaginando como seria a capital meio século atrás, antes do aterro separar o centro do mar com avenidas largas. De carro, é preciso desatar o novelo de retornos e acessos para não sair da cidade sem querer pela ponte Colombo Salles. À…
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Filmes de temática lésbica pra qualquer um ver
O importante é ocupar os espaços. E um desses espaços pode ser o cinema do CIC, administrado pelo governo de Santa Catarina, onde o festival Uma câmera na mão, Sapatão fez a sessão de abertura em agosto de 2019 com o longa Sapatão, câmera, ação, de Caroline Berler. A produção conta a história de diretoras…