Desenho a traço mostrando pessoas sentadas nas mesas e a placa com o nome Matisse

Café Matisse, 1994–2009

Exposições de amigos artistas. Show do Loveless Compound. Bate-papo depois do documentário de Terry Zwigoff sobre Robert Crumb. Um CD da Karine Alexandrino em uma feira de CDs independentes. Gente tentando escalar o telhado para entrar pelo jardim interno. Exercício de desenho de observação da oficina de artes em uma noite de pouco movimento.

Frequentei muito o Café Matisse, mas minhas lembranças são assim, com as pontas soltas. Devo ter emendado um show depois do cinema várias vezes, mas não me peça para montar uma sequência de acontecimentos de nenhuma noite.

O Matisse ficava no Centro Integrado de Cultura – CIC onde hoje está a biblioteca da Fundação Catarinense de Cultura. Durante um tempo foi administrado por um colega de faculdade.

Desenho a traço mostrando o balcão do café com um banco em primeiro plano, doces em cima do balcão e atrás, a atendente
Quando o café ficava cheio, era preciso paciência para fechar a conta no balcão

De dia, era um lugar sossegado, bom para marcar uma conversa de trabalho ou matar tempo entre as oficinas. De noite, dependendo do filme, peça ou banda, o lugar enchia.

Também recebia exposições, como se o próprio CIC não tivesse três ambientes para isso. A diferença é que os critérios do café eram mais relaxados e permitiam a artistas iniciantes exibirem seu trabalho em um local frequentado por gente relacionada com cultura.

Reaberturas

Durante a última reforma do CIC se falou que haveria espaço novamente para um bar, desta vez com acesso do lado de fora para não estressar os vigias com gente bêbada pelos corredores cheios de obras de arte.

Desenho a traço mostrando outro ponto do balcão com banco em primeiro plano e ao fundo, máquina de café e garrafas de bebidas
Lugar tinha noites tranquilas e outras em que mal dava para se mover

Na reabertura, o vão da rampa do teatro ficou reservado para o novo café que, apesar das tentativas, não tem a relevância que teve o Matisse. Nem poderia: não há paredes para pendurar quadros e tampouco espaço para um palco. E por ser rodeado pela rampa, dá a sensação de se estar tomando café no centro do programa Roda Viva.

Em 2009, o CIC fechou por três anos para uma reforma que serviria para acabar com o Cineclube Nossa Senhora do Desterro e com o próprio Matisse. Amanhã, por coincidência, o CIC reabre para visitas, desta vez após um ano e meio fechado por causa da pandemia.


  • Caneta ponta fina
  • Caderno Maruman Croquis 35,6 cm x 26,8 cm 52,3 g/m²

Comentários

2 respostas para “Café Matisse, 1994–2009”

  1. […] do cinema e visitante de várias exposições, além de perder a conta de quantas vezes passei pelo Café Matisse. Como muitos, senti falta da programação nos três anos em que o centro ficou fechado para […]

  2. […] frequentou o CIC até uns quinze anos atrás vai achar curioso que a biblioteca está instalada onde antes era o Café Matisse. No lugar de bandas, drinques e cervejas, agora reina o silêncio dos livros e o suave ruído do ar […]

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