• Nove meses no Japão, três desenhos

    Nove meses no Japão, três desenhos

    Há algo de inquietante em morar em uma cidade estranha. Mais ainda em tentar retratá-la. A ausência de vínculo com o lugar pode dar a impressão de que há muito a descobrir, mas a verdade é que acaba se ficando nas aparências. Você vai desenhar construções que não sabe para que servem, nem se são…

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  • O palácio desocupado e as ruas vazias

    O palácio desocupado e as ruas vazias

    A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. João do Rio em A Rua Desenhar no Centro faz treinar outras habilidades além do traço. A primeira é não se distrair com a quantidade de passantes, bem mais numerosos que em outros lugares da cidade. Ainda que, em sábados anteriores,…

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  • Chuva que cai no nanquim

    Chuva que cai no nanquim

    Dizer “vai cair um cacau” é bem diferente do “possibilidade de chuva” usado pela previsão do tempo. Enquanto o apresentador de telejornal foge da responsabilidade de dar um veredito mais assertivo, o morador olha para fora, vê as nuvens escuras, fecha os vidros das janelas e recolhe a roupa do varal porque sabe que o…

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  • Exposição de desenho traz múltiplas visões para a Igrejinha da UFSC

    Exposição de desenho traz múltiplas visões para a Igrejinha da UFSC

    Nesta terça-feira (9/8), às 19h, o Departamento Artístico Cultural da UFSC (DAC) abre a exposição Igrejinha da UFSC pelos Urban Sketchers, com desenhos de um dos patrimônios mais antigos do campus. Os outros prédios do conjunto histórico: o Teatro Carmen Fossari e a Casa do Divino, também estão representados. Além de ser o motivo principal,…

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  • São Paulo é uma cidade sem fim no traço de Juliana Russo

    São Paulo é uma cidade sem fim no traço de Juliana Russo

    Quando ouvi Itamar Assumpção, achei que essas palavras eram minhas: “São Paulo é outra coisa, não é exatamente amor, é identificação absoluta. Sou eu. Eu não me amo, mas me persigo…” O que eu coloquei neste livro, não é S. Paulo, sou eu. Juliana Russo, na abertura de São Paulo Infinita Zanzando pela loja do…

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  • Um personagem na Serrinha

    Um personagem na Serrinha

    Todos o conhecem pelo seu apelido, Valdinho, tão usado que seu nome é uma incógnita. Não que alguém se importasse se fosse Valdecir, Vanderval ou Valdir. O apelido no diminutivo engana sobre a sua aparência. Beirando os 70 anos, alto e robusto, parece um vilão de filme policial de Hollywood, ou um comissário – papéis…

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  • É vã a busca por um lugar para estacionar

    É vã a busca por um lugar para estacionar

    Dizem que há um espaço no céu para o bom cristão. Para vagas no estacionamento da igreja, porém, não há reza, donativo ou penitência que ajude. Um carro sobe no terreno elevado da igreja São Francisco de Paula, no bairro conhecido como Canajurê, e estaciona na última vaga. Uma placa em frente avisa que ela…

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  • Sobre gatos, jabutis e humanos

    Sobre gatos, jabutis e humanos

    Gatos são criaturas bastante delicadas e estão sujeitos a vários tipos de enfermidades, mas nunca ouvi falar de algum que sofresse de insônia. Joseph Wood Krutch, escritor e naturalista Nos meus quarenta anos convivendo com gatos – mais de quinze ao todo, do siamês Bertolino à bicolor Beterraba – confirmo para qualquer um que gatos…

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  • Automóveis, alvos móveis

    Automóveis, alvos móveis

    Lá se vão seis anos do dia em que desenhei na freguesia de Santo Antônio de Lisboa, no norte da ilha de Florianópolis. Foi minha segunda participação em um encontro do Urban Sketchers (a primeira, três semanas antes, foi na Feira de Artes de Florianópolis). Era uma tarde de sábado de inverno, quase sem nuvens,…

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  • Quem coleciona selos alguma coisa aprende

    Quem coleciona selos alguma coisa aprende

    Na infância e início da adolescência, enquanto meus amigos saíam de bicicleta pelo bairro ou ensaiavam as primeiras voltas com o carro dos pais como recompensa por tê-los lavado, arranjei um passatempo excitante: colecionar selos. O hobby devia ser tão comum que a agência central dos Correios, bem em frente à Praça 15 de Novembro,…

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  • Garrafa com letras garrafais

    Garrafa com letras garrafais

    Às vezes, quando desenho algum objeto real, me pergunto se eu não deveria estar criando algo. De imaginação, mesmo. Extrapolando os limites da representação pictórica, investigando as profundezas do inconscientes ou só inventando coisas que não existem. Mas essas naturezas-mortas são mais rápidas e relaxantes. Mesmo com o padrão meio complicado da toalha de capulana…

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  • Os presentes de Jayro Schmidt

    Os presentes de Jayro Schmidt

    Na feijoada de sábado de uma semana atrás, deixei com meus pais um exemplar do meu livro 60 dias dentro de casa – Um diário ilustrado do isolamento e pedi que o entregassem ao artista, escritor e crítico de arte Jayro Schmidt. Eles frequentam a oficina de gravura do Centro Integrado de Cultura – CIC,…

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