Tem uma parte no documentário 8/1 – A Democracia Resiste que seria patética se não fosse sintoma de algo mais grave.
A cena ocorre mais ou menos na metade do filme, quando a polícia do exército forma uma barreira impedindo que a polícia militar do Distrito Federal entre no acampamento dos bolsonaristas para prendê-los. Um oficial do exército justifica a conduta dizendo que poderia haver facas de cozinha e espetos de churrasco nas barracas.
A fala do militar é relatada por duas das autoridades entrevistadas. Um dos méritos do filme, dirigido por Julia Duailibi e Rafael Norton, está justamente nos depoimentos e cenas inéditas de quem tentava não só controlar as invasões, como entender o que estava acontecendo: Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Ricardo Cappeli e o próprio Lula.
Estão lá também a cronologia e os mapas que mostram o que se passou naquele dia, das invasões às sedes do Congresso Nacional, da Presidência e do Supremo Tribunal Federal às prisões de mais de mil apoiadores do ex-presidente derrotado. Senti falta de registros de dentro do acampamento ou das lives feitas pelos próprios terroristas depois que entraram nos prédios oficiais.
O cartaz
Escrevendo agora, me apareceu a ideia de que eu poderia ter usado as facas e espetos de churrasco para o cartaz, mas daria um efeito cômico que não caberia no tema. Descartei também os elementos visuais que me pareceram óbvios – vidro quebrado, o prédio do Congresso, etc. – e tentei não passar uma imagem de força vindo dos atacantes ou do exército.
Por fim, um mea culpa: reconheço que a espécie Periplaneta americana (a nossa barata comum) não merecia ser associada a essa corja, mas não lembrei de outro inseto que servisse.
Sobre a pintura
Este exercício é parte de uma série a que me propus em 2024: imaginar um cartaz para cada filme que eu assistir. Este é o segundo.
- iPad e Apple Pencil
- App Procreate
- 3.350 × 4.960 px
Deixe um comentário