Se você me pedir para citar dois artistas importantes hoje em Florianópolis, minha resposta isenta e imparcial é:
Julia Iguti e Antonio C. Silva. Que, por mera coincidência, também são meus pais.
Porém, se você quiser ver a produção deles, precisa visitar as exposições coletivas de gravura das quais participam, como a que abriu semana passada em Itajaí. Mesmo assim, cada artista fica limitado a uma obra.
Sobre as centenas de trabalhos que eles vêm assinando desde os anos oitenta – pinturas, esculturas, litografias, desenhos e xilogravuras, entre outras técnicas –, só indo à casa deles para abrir as gavetas da mapoteca ou apreciar as paredes.
Por eu achar que mais pessoas precisam conhecer o que eles fazem, coloquei nas minhas resoluções para 2025 fazer um website para cada um.
Hoje, na metade do ano e depois de meses de preparação, estamos lançando os dois sites:
Em ambos, você vai ver:
- Um breve texto de apresentação
- Galerias de gravuras organizadas por séries
- Blog com as exposições e eventos
- Currículo atualizado
- Página de contato
A arte de fazer um site de arte
Parecia simples pegar duas dezenas de imagens, um arquivo com o currículo, criar o site e atualizá-lo de vez em quando.
As dificuldades apareceram aos poucos. Não havia uma lista completa das obras e a maior parte não estava organizada em séries. Os registros fotográficos dos trabalhos eram esparsos – feitos por ocasião de exposições ou editais – e muitas vezes faltavam informações como técnica, ano ou dimensões. O projeto acabou virando um esforço de catalogação.
Nem os arquivos do Word com os currículos estavam atualizados. Precisei comparar versões diferentes e complementar com informações dispersas em arquivos no computador, convites impressos, postagens de redes sociais e, no fim, com a própria revisão deles.

Para as reproduções das obras, iniciei por organizar o que eu já tinha: fotografias tiradas do início dos anos 2000 até hoje. Joguei as imagens para dentro de uma aplicação de quadro branco interativo, o Freeform, para depois sentar ao lado deles com o tablet e agrupá-las. Com minha mãe, deu certo. Em pouco tempo, conseguimos classificar as gravuras em quatro séries. Meu pai preferiu fazer isso ele mesmo. Identificou só uma série, mas já tínhamos outras duas catalogadas.
Pedi ainda que eles abrissem a mapoteca atrás de trabalhos que gostariam de incluir e marquei um dia para fotografá-las – é mais rápido que usar o scanner, principalmente se os originais forem maiores que uma folha A4.

Vendo que a quantidade de imagens estava chegando na casa da centena, criei uma planilha registrando título, técnica, ano, dimensões, entre outros dados. Lá pelas tantas, me dei conta de que várias obras não tinham título, o que complicaria a nomeação dos arquivos e a busca. A solução foi atribuir um código único, numérico e sequencial, para cada uma.
Os blogs não faziam parte do planejamento, mas foram incluídos para anunciar exposições e publicações. Por enquanto, há pouco conteúdo, mas a ideia é ir criando postagens retroativas quando tivermos materiais de exposições anteriores.
Site em (constante) construção
Comparado com a tarefa de catalogar os trabalhos, montar os sites foi a parte fácil do projeto. Usei a experiência que ganhei com este blog que você está lendo e dei um upgrade no plano de hospedagem para abrigar os dois sites extras (havia feito o mesmo com o da minha mulher, Carol Grilo).
Registrei os dois domínios – juliaiguti.com.br e antoniocsilva.com.br – e instalei o WordPress (um sistema de publicação de sites) com o template padrão lançado este ano, que tem opções de personalização suficientes para ser um bom ponto de partida.
Claro que o WordPress poderia melhorar. Por exemplo, ele é muito dependente de plugins para funcionalidades básicas, como o formulário de contato. Testei três opções e mesmo a que selecionei não é livre de problemas.
Coisas simples como a exibição das galerias me fizeram perder tempo atrás de alternativas: o componente padrão do WordPress aplica as legendas por cima das fotos, incluindo um indesejável efeito de desfoque e escurecimento.
Diferente desses perrengues que só existem por limitações do sistema, fiz com boa vontade uma das tarefas mais demoradas do site: a descrição em texto para cada obra, um recurso de acessibilidade. Cegos, por exemplo, dependem dessa informação para que um software de leitor de tela possa falar o que cada imagem contém. Fiz um teste com IA e, apesar de ter gerado descrições corretas, o processo demorava mais que eu mesmo escrever essas descrições.
Visite e compartilhe
De agora em diante, entramos no modo normal de um site que já está publicado: inserção de novas gravuras, séries e posts.
Os dois site permanecem administrados por mim – se você escrever uma mensagem, eu recebo e encaminho a eles (avisando-os por chat para que eles deem a devida atenção).
Visite, compartilhe e comente! Eles agradecem (e eu também).
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