Desenhar a arquitetura da cidade nos transforma em testemunhas das mudanças. Infelizmente, tem sido comum as construções históricas e de interesse arquitetônico de Florianópolis desaparecerem, geralmente substituídas por prédios comerciais envidraçados iguais a qualquer outro.
Quando desenhei o Jardim Guarani da janela do apartamento, em abril do ano passado (imagem que está em meu livro 60 dias dentro de casa), imaginava que essa parte do Córrego Grande ficaria como está por um tempo. De fato, um ano depois, as casas continuam as mesmas e não apareceu nenhum prédio novo. O que sumiu foi parte da área verde do morro ao fundo.
Enquanto trabalhava em casa, escutava o barulho das motosserras e, horas depois, o estrondo das árvores indo ao chão. O esquema é da construtora D’Agostini, de Joaçaba, que quer dividir o terreno em 50 lotes e conseguiu licença da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis – Floram, para derrubar uma área de 3,4 hectares de mata atlântica “em estágios médio e inicial de regeneração”. A área devastada fica no final da servidão Dorval Manoel Bento.
As chuvas da semana passada mostraram o que acontece quando se remove a cobertura verde e revelaram pedras no terreno íngreme logo acima das casas.
Ainda dá para agir. Assine o abaixo-assinado organizado pelos moradores e siga a conta SOS Mata Nativa Córrego Grande no Instagram.
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