Convite da exposição “Impossibilidade de Esgotamento”. Abertura 16/12/2023. Até 3/2/2024. Coordenação e curadoria de Kamilla Nunes

Exposição coletiva mostra o impossível esgotamento de um corte

Impossibilidade de Esgotamento é a exposição que eu e mais trinta artistas abrimos no próximo sábado, 16/12, no Centro Cultural Veras.

Impossibilidade de Esgotamento também é o nome do grupo de estudos que a pesquisadora e artista visual Kamilla Nunes vem conduzindo desde 2022 no Ateliê de Artes Visuais Ilca Barcellos.

Me inscrevi em agosto deste ano a reboque de Carol Grilo. A oportunidade coincidiu com uma certa estagnação que eu vinha sentindo com o desenho, tanto na temática, como na técnica.

A partir daí minhas noites de terças-feiras foram reservadas a exercícios artísticos. As atividades propostas por Kamilla incluem modelar a argila e criar uma máscara, entre outras tarefas que eu não praticava há muito tempo ou nunca havia feito.

Ivan pintando sua bandeira em acrílico sobre uma mesa
Quebrando o jejum de pintar em acrílico

O mais importante, porém, é o que ela denomina corte – a escolha de um objeto que represente algo que nos seja relevante e que seria explorado de várias formas durante o semestre. É daí que vem o nome da oficina: da impossibilidade de esgotar as possibilidades de interpretação de um tema e da incorporação de mudanças vindas do processo de criação e pesquisa.

Bandeiras

O núcleo da mostra é um conjunto de bandeiras criadas em uma das ações propostas pela curadora. Algumas dessas bandeiras protestam, outras não se deixam decifrar, mas todas guardam relação com o conceito que cada participante escolheu desdobrar.

Pintura em tons de cinza, meio caricata e com cores chapadas, do close de um rosto onde, na testa, está escrito “Acho”
Minha bandeira que está na exposição

Todos os artistas criaram sua bandeira, mas também expõem trabalhos em desenho, cerâmica, intervenção urbana, fotografia e outras disciplinas, sempre dentro do corte que cada um se propôs.

Transformação e ruptura

“A teoria está absolutamente certa, porém a prática prova o contrário” é o paradoxo que o coletivo Rex Gallery & Sons, de São Paulo, publicou na década de 1960. “Li essa frase pela primeira vez em 2013 e, de alguma forma, ela se tornou uma espécie de pilar que sustenta minhas investigações, tanto como professora, quanto como artista e curadora”, afirma Nunes. 

Fotografia de uma pessoa sob o batente de uma porta com uma máscara de papel onde está indicada a hora “5:15”
Fotografia para o exercício de criação da máscara

Para ela, o resultado final de uma ação passa a ser seu próprio processo: “a ideia de impossibilidade de esgotamento tem a ver com duas situações importantes: a transformação da matéria – seja ela conceitual, social, política ou  plástica – e o desvio, referente às divergências dos cursos esperados e à ruptura com as trajetórias predefinidas de uma determinada pesquisa”, explica.


Artistas

Alexandra Favero
Andrea V Zanella
Bodhan
Carol Grilo
Carolina Freire
Celaine Refosco
Cenora
Duda Marcelino
Fernanda Lago
Francine Bagnati
Gabriel Coelho
Hércules Scapo
Ilca Barcellos
Ivan Jerônimo
Julia De Faveri
Katia Véras

Kethlen Kohl
Laïs Krücken
Lu de Moraes
Marcio Silva
Maristela Silveira
Meg T Roussenq
Mel Coelho
Mulika
Naiana Klein
Nestor Jr.
Ruth Kipper
Sandra Meyer
Sandro Clemes
Sania Bem
Silvia Zanatta Da Ros


Serviço

Impossibilidade de Esgotamento
Exposição coletiva
Coordenação e curadoria de Kamilla Nunes
Abertura: 16 de dezembro de 2023, sábado
Visitação: 16 a 29 de dezembro de 2023 e de 10 a 20 de janeiro de 2024, de terça a sábado, das 10h às 19h
Centro Cultural Veras
Rua Veras Linhares de Andrade, altura do nº 2.000
Córrego Grande, Florianópolis

Comentários

5 respostas para “Exposição coletiva mostra o impossível esgotamento de um corte”

  1. Querido Ivan Jerônimo,
    Que lindo o teu texto ! Uma descrição tão clara e objetiva da temática do corte e das propostas entre teoria e prática conduzidas pela nossa querida curadora @kamilla Nunes. Nossa exposição coletiva vai ficar na memória de todos.

    1. Oi, Ilca! Sim, precisamos valorizar e registrar essa força toda que resultou na exposição. E vamos tirar muitas fotos sábado!

  2. Muito interessante a proposta da curadora e os trabalhos feitos pelos participantes da oficina. Busquemos sempre! A fonte é inesgotável! Parabéns a todos e muito bom o teu texto @ivanjeronimo.

    1. Obrigado, Maria Esmênia. Foi especial ver todas as obras no mesmo espaço, refletindo visões e biografias diferentes.

  3. […] Escrevi sobre a jornada da oficina até a exposição neste texto. […]

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