Tendo estudado a vida inteira no ensino público, considero um privilégio a oportunidade de estar do outro lado.
Foi o que aconteceu ontem, quando participei de uma conversa com os estudantes da disciplina “Poéticas do desenho” no curso de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc, a convite da professora, pesquisadora e artista visual Lucila Vilela.
A aula é virtual, por isso capricho na luz e no cenário. Entro na sala do Zoom quietinho a tempo de ver alguns alunos apresentando seus trabalhos, incluindo dois desenhos em pastel de Gugie Cavalcanti.
Começo a falar sobre o livro que lancei ano passado, 60 dias dentro de casa – Um diário ilustrado do isolamento, aproveitando o tema dos livros de artista que Vilela tem trabalhado em aula. Explico que o projeto quase nasceu sozinho, quando percebi que os desenhos e textos que fiz durante a pandemia poderiam virar uma publicação.
Um estudante me pergunta como foi publicar o livro, principalmente sobre a impressão. Dou a real: não é simples preparar uma publicação para imprimir em gráfica e por isso recomendo pedir ajuda de um designer ou outro profissional. Mas reforço que mesmo com problemas nas duas gráficas que contratei, o projeto valeu (e tem valido) a pena.
Em seguida, mostro as páginas de um caderno velho onde faço experiências com caligrafia. Digo que é importante que ele seja barato o suficiente para que eu não me sinta pressionado a fazer uma obra-prima cada vez que for usá-lo.
No fim, fiquei com aquela impressão de ter falado demais, perdido o fio da meada e atravessado a concordância. Para recompensar a turma por ter me aguentando por mais de meia hora, sorteamos um exemplar.
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